| CORONAVAC/BUTANTAN
A vacina CoronaVac, desenvolvida pela empresa biofarmacêutica chinesa Sinovac Biotech e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo, tem como expectativa a produção de cerca de 1 milhão de doses por dia. Essa vacina foi testada em mais de 12 mil voluntários entre 18 e 59 anos, não apresentou efeitos colaterais graves em nenhum deles e apenas 35% dos voluntários apresentaram algum tipo de reação adversa, porém todas elas classificadas como em grau leve, como dor local e febre baixa.
Você sabia?
O Instituto Butantan é uma instituição pública responsável por produzir outras vacinas já presentes no nosso Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Além da atual CoronaVac, em parceria com a SinoVac Biotech, ela também produz a vacina anual contra gripe, hepatite A, hepatite B, HPV, tríplice bacteriana e a vacina antirrábica.
Como essa vacina atua no organismo?
A CoronaVac foi criada por meio de uma tecnologia molecular já muito utilizada em outros imunizantes. Assim como nas vacinas da gripe, poliomielite, hepatite e da meningite, ela é composta por vírus inativado, ou popularmente como “vírus morto”. As partes do novo coronavírus presentes na vacina são apenas aquelas que permitem o reconhecimento do vírus pelo nosso sistema imune e não pela sua parte responsável por causar a doença. Sendo assim, a produção do imunizante consiste em inativar o coronavírus, de maneira que fique incapaz de se multiplicar e transmitir a doença, pois torna-se incapaz de infectar as células humanas.
Assim que a vacina for aplicada, células de defesa do nosso organismo encontram e respondem a essas partes do coronavírus, dando início à produção de anticorpos. No entanto, esse processo demanda um certo tempo até que o organismo fique protegido contra o coronavírus. Além disso, outro aspecto fundamental é a necessidade da dose de reforço, que ajusta a quantidade de anticorpos àquela necessária para uma resposta eficiente contra uma possível infecção contra o coronavírus. Por isso, o esquema de vacinação é composto por duas doses , do mesmo laboratório, com intervalo entre 2 a 4 semanas entre as aplicações.
A vacinação está indicada somente às pessoas a partir de 18 anos e, após a aplicação de cada uma das doses da vacina deve-se evitar a doação de sangue por 2 dias (48 horas).
ATENÇÃO: mesmo com o esquema vacinal completo (2 doses) contra o coronavirus, deve-se manter os cuidados referentes à prevenção da doença.
Outros dados sobre essa vacina
A eficácia geral apresentada pelo Instituto Butantan para a CoronaVac nos testes brasileiros foi de 50,38%, o que pode parecer baixo em primeiro momento, mas que traz ótimos resultados quando detalhados: a vacina mostrou-se 100% eficaz nos casos moderados e graves e 78% eficaz nos casos leves da covid-19. Ou seja, a aplicação da vacina, quando feita adequadamente em duas doses, tem grande potencial de redução do número de internações pela doença.
Importante: os estudos demonstraram 100% de eficácia na redução dos casos moderados e graves da covid-19 apenas na população do estudo, mas não garante, necessariamente, uma eficácia de 100% em toda a população que receber a vacina. Por isso, quando uma pesquisa busca por voluntários ela objetiva simular uma amostra da população que represente sua totalidade. Apesar de não existir a garantia de uma efetividade de 100% da vacina, a eficácia de 100% nos estudos feitos em uma amostra populacional, quanto mais próxima da realidade (número, idade, fatores genéticos e ambientais), maior a tendência em aproximar os resultados dos ensaios clínicos da população como um todo.
| OXFORD/ASTRAZENECA
Essa vacina foi desenvolvida pelo grupo farmacêutico britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford. Apesar da autorização e transferência da tecnologia à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, os imunizantes a serem utilizados no Brasil, em breve, prevê uma possível importação de duas milhões de doses trazidas da Índia.
Como essa vacina atua no organismo?
A vacina britânica Oxford-Astrazeneca utiliza uma tecnologia biomolecular baseada no chamado “vetor viral”, que consiste na utilização de um vírus modificado para estimular o sistema imunológico na produção de anticorpos contra o novo coronavírus. Na fabricação da vacina, uma espécie de vírus enfraquecido (adenovírus ChAdOx1), conhecido por causar gripe comum em chimpanzés, após ser modificado para não se multiplicar, carrega parte do material genético do SARS-CoV-2 responsável pela produção de uma proteína (“Spike”) que auxilia o vírus da COVID-19 a invadir as células humanas. Assim, após a vacinação, o adenovírus começa a produzir essa proteína Spike, ensinando o sistema imunológico humano que toda partícula com essa proteína deve ser destruída. Assim, após a imunização adequada (2 doses do mesmo fabricante e com intervalo de 12 semanas entre as aplicações) o sistema imune do nosso organismo torna-se capaz de reconhecer e atacar rapidamente o coronavírus, caso seja infectado.
A vacinação está indicada somente às pessoas a partir de 18 anos e, após a aplicação de cada uma das doses da vacina deve-se evitar a doação de sangue por 7 dias.
ATENÇÃO: mesmo com o esquema vacinal completo (2 doses) contra o coronavirus, deve-se manter os cuidados referentes à prevenção da doença.
Outros dados sobre a vacina
A eficácia geral apresentada pela AstraZeneca para a vacina nos testes foi de cerca de 70% (entre 62% e 90%), após a aplicação das duas doses. Sendo assim, apresentou resultado satisfatório (acima dos 50% exigidos pela ANVISA) e também tem grande potencial de redução do número de internações pela doença, o que promete reduzir consideravelmente a taxa de ocupação do Sistema Único de Saúde.