Cruz Machado é o maior fornecedor de Lonômias (Taturana) do Instituto Butantan
Um evento muito especial aconteceu no último dia 14 no auditório da Igreja Luterana de Cruz Machado PR. No espaço foi realizada a palestra com o tema: Lonomias e a importância do município de Cruz Machado quanto à disposição do soro antilonomico no cenário nacional” realizada pela Secretaria de Saúde em parceria com a Vigilância Sanitária, recebeu o Instituto Butantan, o qual veio agradecer Cruz Machado pelo trabalho realizado de coleta e envio de Lonomias (Taturanas) para o Instituto.
O evento iniciou por volta das 09h com a abertura onde discursou o prefeito Euclides Pasa (Bibi) que expressou sua felicidade em receber a equipe de São Paulo, onde a mesma vem ao município fazer um agradecimento à equipe de saúde, pois sabe bem do trabalho que é desenvolvido, mas sem deixar de lado que sempre é preciso melhorar. Confira o discurso na integra:
Em seguida a palestrante Tânia Portela Costa, bióloga, chefe da divisão de Zooneses e Intoxicação – SESA, explicou o trabalho que vem sendo realizado, a importância da 6ª regional neste processo e o trabalho desenvolvido pela equipe durante semana. Tânia falou a respeito das Lonomias, trazendo inclusive informações a nível de estado do Paraná, sobre acidentes causados pela lagarta e a importância do trabalho de recolhimento das mesmas para a produção de soro.
A divisão que já trabalha desde 89 acompanhando e estudando casos de acidentes por taturanas, registrou que os primeiros casos ocorreram em Cascavel e Campo Mourão e em 1995 foi registrado o primeiro óbito no Paraná, em Virmond. Em Cruz Machado o primeiro registro de morte por Lonômias ocorreu em 1997. Em 97 também foi o ano em que foi implantada a utilização do soro Antilonômico nos hospitais de referência, iniciando assim uma nova linha de trabalho, cuidados com relação à acidentes.
Desde 2007 foram registrados 49 casos de acidentes, apenas na 6ª regional de saúde, que compreende os municípios de Cruz Machado, União da Vitória, Bituruna, Porto Vitória, Paula Freitas, Paulo Frontin, São Mateus do Sul e Antônio Olinto. Dos 49 casos, 35 foram registrados em Cruz Machado. Confira o vídeo completo com a palestrante Tânia:
Em seguida a Dra. Fan Hui Wen que é gestora de projetos do núcleo estratégico de venenos e anti veneno do Instituto Butantan, ministrou sua palestra relatando como é o processo de fabricação do soro antilonômico, ilustrando na forma de vídeo as etapas de fabricação. Falou sobre a padronização que foi realizada para envio das lagartas e o caminho percorrido até chegar em São Paulo.
Dados mostram que desde janeiro de 2013 até dezembro de 2016, o Instituto recebeu 111 remessas (caixas) de Lonomias e produziu 126 lotes de extrato, o que rendeu um pouco mais de 4 litros de veneno da lagarta. O Paraná foi responsável por praticamente 50% dos lotes enviados. No período de janeiro de 2013 à abril de 2016 o instituto recebeu 17.516 lagartas e destas 2/3 vieram do Paraná. Neste contesto Cruz Machado representa 12mil lagartas enviadas. Confira mais informações no vídeo completo da palestra divido em duas etapas:
Em seguida foi a vez de Roberto Henrique Pinto Moraes, pesquisador científico VI e Diretor Técnico do Laboratório Especial de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan, que mostrou os estudos que já estão sendo feitos, como por exemplo, “a Morfologia da cerda da lagarta” entre outros. Explicou também o significado da palavra Taturana, que vem do Tupi Guarani “Tatarana” e significa parecido com fogo. O que justifica a sensação do contato com uma taturana, a queimação proporcionada. O Biólogo também conversou a respeito dos tipos de lagartas, quais são perigosas e porquê. Confira o vídeo completo:
Ao final a Dra. Fan Hui Wen tomou novamente a palavra relembrando de sua vinda em 1997 e a homenagem que recebeu, uma bandeja de reconhecimento pelo trabalho realizado, dizendo ter ficado muito emocionada, utilizando o presente durante os últimos 20 anos. O regalo que hoje está no novo laboratório do Instituto, que foi construído para abrigar aranhas, escorpiões e lagartas, é usado para servir o café, num gesto de carinho, lembrando sempre de Cruz machado.
Encerando o evento, como forma de gratidão pelos anos de trabalho desenvolvido, Cruz Machado foi homenageado, recebendo uma placa de agradecimento. Representando o setor de saúde, o chefe da vigilância sanitária, Felício Junior Suski recebeu a honraria e discursou para os presentes: