Angélica Chuede é a primeira mulher no treinamento de cães policiais no Paraná

Cruz Machado tem motivos para se orgulhar. A soldado Angélica Aparecida Chuede é a primeira mulher a fazer parte da Companhia de Operações com Cães (COC) do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), em 47 anos de criação da subunidade. A inclusão da militar estadual aconteceu com a formatura dela no Curso de Cinotecnia feito recentemente na Capital, que fez todas as etapas com seu cão Hunter.

Filha de Vitorio Chuede e de Irene Fersch Chuede, comerciantes de nossa cidade, a soldado Chuede, que nasceu em União da Vitória/PR, mas que por grande tempo viveu em Cruz Machado, desde criança tinha o sonho de trabalhar na área de veterinária. Quando surgiu a oportunidade, ela cursou Medicina Veterinária, se especializando em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, chegando, inclusive, a trabalhar na área, mas quando recebeu o aviso que havia passado no concurso da Polícia Militar não perdeu tempo e largou a profissão. Depois da etapa de formação, em 2015, foi trabalhar em União da Vitória pelo 27º Batalhão. Ao ostentar a farda cáqui, surgiu o desejo de buscar algo a mais, desta vez trajando a farda camuflada do BOPE.

“Após a formatura surgiu uma oportunidade de participar de um seminário sobre Odorologia Forense. A partir desse busquei mais conhecimento e foi ai que decidi adquiri o cão (Hunter) para colocar em prática o que estava aprendendo. Sabia que o objetivo era treinar ele para um dia atuar com ele na atividade policial, sei que junto comigo ela vai se tornar um policial”, detalha Chuede.

Quando recebeu a oportunidade para participar do processo seletivo, teve a liberação de seu comandante para passar pelo novo desafio. “Foram 35 dias de estágio em todas as subunidades do BOPE, e somente no COC foram mais 60 dias, com atuação voltada exclusivamente à cinotecnia. Na conclusão do estágio ela teve uma das melhores notas dos últimos tempos”, disse o comandante da Companhia de Operações com Cães, capitão Gustavo Dalledone Zancan.

Além da preparação de Chuede, também houve o treinamento ao cão dela, o pastor holandês Hunter, que tem aproximadamente um ano. O capitão disse que Hunter tem desempenhado bem as atividades e tem tudo para ser um ótimo cão de faro. “Ele apresenta todas as características que precisamos para o trabalho e ao lado da soldado Chuede trará bons resultados à Polícia Militar”, destacou.

 O CÃO NA POLÍCIA – O emprego do cão no serviço policial é o resultado da parceria entre animal e ser humano que se estabeleceu há séculos. Em tempos de guerra ou paz, o cão sempre esteve presente nas mais diferentes camadas sociais e civilizações e hoje continua sendo o melhor amigo do homem. Na segurança público isso é evidente pelo trabalho desenvolvido pela Companhia de Operações com Cães (COC) do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e pelos Canis setoriais de outras unidades operacionais da PM de todo o estado.

Em muitas situações, o emprego do cão de faro é decisivo para que drogas, armas e outros materiais ilegais sejam encontrados. As capacidades naturais do cão em detectar substâncias e objetos desafia a capacidade do ser humano em camuflar objetos e despistar os policiais militares durante abordagens e revistas. O combate ao tráfico de drogas é a área em que os cães da Polícia Militar mais se destacam diante do grande volume de drogas apreendidas.

PREPARO – Mas para que o cão tenha plena capacidade de aplicação policial, há um rigoroso adestramento que se inicia desde o nascimento. O capitão Zancan explica que os filhotes são separados e analisados um a um, verificando se possuem aptidão para o trabalho. Depois, inicia-se a fase de adestramento com o cinotécnico (policial militar especializado em ações com cães). Durante o treinamento é que se descobre qual a aptidão para desempenhar missões específicas, e a partir daí a formação é moldada de acordo com a especificidade.

A doutrina cinotécnica do COC é difundida entre os canis setoriais das demais unidades operacionais da PM no estado. Batalhões especializados como o Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) e do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) também possuem cães que são aplicados no combate ao narcotráfico, contrabando e descaminho, crimes que ocorrem com frequência na região de fronteira e nas rodovias estaduais.

*Com informações da Agência de Notícias do Paraná.